O brasileiro Ronald Roland foi preso pela Polícia Federal (PF) em Guarujá, São Paulo, na semana passada, suspeito de abastecer cartéis de drogas no México e comandar um esquema de lavagem dinheiro. Nesse domingo (7), o Fantástico, da TV Globo, revelou que publicações realizadas pela esposa dele nas redes sociais auxiliaram nas investigações.
Ele foi capturado durante a operação Terra Fértil, na última terça-feira (2), em um prédio no litoral paulista. O homem, a parceira dele e a filha estavam dormindo quando os policiais chegaram.
As postagens com temática luxuosa e com ostentação de viagens e de veículos milionários, feitas por Andrezza de Lima Joel, chamaram a atenção das autoridades. A companheira de Ronald compartilhava frequentemente a localização do casal: França, Colômbia, Dubai, Maldivas… Nestes locais, os dois apareciam em jatos particulares e em fotografias nos principais pontos turísticos.
Segundo o delegado da PF em Uberlândia (MG), Ricardo Ruiz, as compras milionárias deles despertaram a curiosidade dos vizinhos e dos investigadores. Ronald e Andrezza possuíam uma casa ampla em um condomínio da alto padrão no município mineiro.
Uma pessoa chegando em casa com um veículo de R$ 500 mil. Uma semana depois, com um veículo de R$ 1 milhão. Outra semana, com um veículo de R$ 800 mil. Isso chamou a atenção da vizinhança. Quem é essa pessoa que mudou para cá?”
Ricardo Ruiz
Delegado da PF
Além de ser investigado por abastecer um cartel de droga, o homem é suspeito de comandar um grande esquema de lavagem de dinheiro com empresas de fachada. Entre elas estaria uma loja de biquínis, localizada em Guarujá, associada à esposa dele. Segundo as apurações da autoridade, em um único dia, o comércio movimentou R$ 200 mil, em depósitos fracionados, realizados em um caixa eletrônico em Foz do Iguaçu, no Paraná.
“O que constatamos foi a ausência de capacidade econômica e financeira também da esposa, que construiu uma loja de biquíni que adquiriu veículos, aeronaves”, citou o delegado.
Ronald era monitorado pela PF desde 2012, quando atuava como piloto de avião. Conforme o titular da corporação, ele é uma pessoa “altamente cautelosa”. No entanto, em julho de 2019, foi preso após a ex-esposa publicar uma foto nas redes sociais e marcar o local onde estavam. Na época, o indivíduo estava na lista de difusão vermelha da Interpol — polícia internacional. Ele foi liberado pela Justiça de São Paulo em 2020.
Ao Fantástico, a defesa dele e de Andrezza disse que não vai se manifestar porque não teve acesso a todo o processo.
Fonte: G1 CE
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