Camilo chama greves nas universidades de “prejuízo para o Brasil e para os alunos”

Em audiência no Senado Federal, o ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que as greves deflagradas por professores e servidores técnico-administrativos de universidades públicas brasileiras causam “prejuízo para o Brasil e para os alunos”. O ex-governador do Ceará ainda disse que não vê necessidade para as paralisações, tendo em vista que o governo “mantém diálogo constante com as categorias”.

Segundo Camilo, dois sindicatos de servidores técnicos e administrativos foram recebidos pessoalmente por ele em seu gabinete. Na ocasião, ele afirmou que fez um apelo para que não houvesse greve agora.

“Não havia necessidade de fazer greve agora. Greve para mim é quando não há mais diálogo, quando acaba a negociação ou toda e qualquer possibilidade de melhorias. O Ministério da Educação e o governo estão abertos ao diálogo; está sentado à mesa com representantes dos professores e servidores”, disse o ministro nesta terça-feira, 16.

O ministro completou: “O grande problema dessa greve, o prejuízo é para o Brasil e para os alunos. Queremos evitar isso.”

Sobre as reivindicações dos servidores técnico-administrativo em educação (TAE), Camilo reforçou a fala da ministra Esther Dweck: de que foi criado um grupo de trabalho (GT) com representantes, de onde saíram propostas que estão sendo analisadas. O ministro disse ainda que se reuniu com o presidente Lula e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, para tratar do assunto.

Uma nova proposta será apresentada à mesa, para servidores e professores, nesta sexta-feira, 19. Professores de universidades, centros de educação tecnológicas e institutos federais (IFs) de todo o Brasil exigem reajuste salarial de 22%, a ser dividido em três parcelas iguais de 7,06% —a primeira ainda para este ano e outras para 2025 e 2026.

Dinheiro do reajuste virá de recursos adicionais

Durante o debate, o ministro Camilo frisou diversas vezes o aperto no orçamento do Ministério da Educação, afirmando que qualquer gasto a mais seria quase impossibilitado. Assim, o senador Confúcio Moura (MDB-RO) perguntou de onde a pasta tiraria o dinheiro para os reajustes salariais a serem propostos.

Segundo o ministro do MEC, o montante virá de recursos adicionais do Governo Federal. “O Governo já sinalizou recursos adicionais para que a gente possa negociar com os servidores técnicos, não só do plano, mas também do reajuste salarial para essa categoria.”

Camilo ainda usou o espaço para defender o presidente Lula, alegando que “nunca um presidente olhou tanto para as universidades federais nesse país” como ele. Ainda comentou sobre os governos anteriores, criticando o fato de que se passaram 6 anos sem nenhum reajuste de servidores federais. “No primeiro ano foi dado um aumento de 9%. Impacto foi quase 9 bilhões no orçamento do MEC. Todas as mesas de negociações foram recriadas”, disse.

Ministro comentou sobre o Novo Ensino Médio

O ministro participava de um debate na Comissão de Educação e Cultura. Na ocasião, a pauta de maior destaque foi o Novo Ensino Médio. Camilo disse que o projeto que está no Congresso foi fruto de uma consulta pública e que todos os setores envolvidos foram ouvidos. Em resposta, a relatora da questão no Senado, Dorinha Seabra (UB-GO) disse que o texto será aprovado, mas com alterações, devendo para a Câmara.

Professores e servidores deflagraram greve como último recurso: “tentamos de tudo”

Das 69 universidades públicas brasileiras, 21 deflagraram greve, mobilizada por professores universitários e servidores técnicos-administrativos de universidades e institutos federais. Os servidores técnico-administrativos de pelo menos 30 institutos federais já estão em greve desde meados de março.

Segundo o sindicato da categoria, os porcentuais solicitados pelas categorias correspondem às perdas salariais desde o governo do ex-presidente Michel Temer, em 2016, até dezembro de 2023, acrescidas das projeções inflacionárias de 2024 e 2025.

No Ceará, os servidores técnico-administrativos da Universidade Federal do Ceará (UFC), da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) e da Universidade Federal do Cariri (UFCA) entraram em greve na sexta-feira, 15 de março. Professores entraram em 15 de abril.

Segundo Daniel Farias, coordenador da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra), o Planalto teria indicado a intenção de diminuir as disparidades entre as carreiras de servidores federais.

No entanto, em uma reunião em fevereiro, representantes do Governo afirmaram não ter propostas para a categoria em 2024.

“A greve é o último recurso que o trabalhador tem. A gente tentou de tudo com o Governo, mas até o momento não conseguiu nada”, afirma. Daniel espera que o momento também evidencie a importância do trabalho dos servidores técnico-administrativos para o funcionamento das universidades.

Fonte: O Povo

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