TEMPESTADE II: Polícia Civil encontra indícios de crime eleitoral e encaminha inquérito à Polícia Federal em Iguatu

Investigação comandada pelo Delegado Municipal de Polícia Civil de Iguatu/CE, WESLLEY ALVES DE ARAÚJO revela articulação entre advogada e traficante em esquema de compra de votos e apoio político para a campanha de Roberto Filho, com envolvimento do crime organizado

A Polícia Civil de Iguatu identificou indícios contundentes de crimes eleitorais envolvendo a advogada Márcia Rúbia Batista Teixeira e o traficante Thiago Oliveira Valentim, conhecido como Thiago Fumaça, no âmbito da campanha de Roberto Costa Filho à prefeitura de Iguatu. As investigações, que vinham sendo realizadas há alguns meses, indicam uma possível compra de votos e financiamento ilícito da campanha por meio de ligações com o crime organizado.

Acordo com criminosos para apoio político

Conforme as apurações, Márcia Rúbia teria pago R$ 10.000,00 a Thiago Fumaça para garantir apoio no bairro Santo Antônio, área de forte influência do crime organizado. Esse acordo teria o objetivo de cooptar votos e fortalecer a presença de Roberto Filho na comunidade, onde Thiago Fumaça, além de atuar no tráfico de drogas e armas, tem controle sobre uma parcela da população. Em troca do pagamento, Thiago teria indicado um coordenador de campanha para o bairro, além de intermediar a contratação de militantes eleitorais, criando uma base de apoio político que beneficiaria a candidatura de Roberto Filho.

Provas obtidas

No dia 18 de setembro de 2024, foi realizado um mandado de busca e apreensão na residência e no escritório de Márcia Rúbia. Durante a operação, a polícia apreendeu aparelhos eletrônicos e documentos que reforçam as suspeitas de práticas ilícitas. Um dos itens mais importantes apreendidos foi um DVR, dispositivo que armazenava imagens das câmeras de segurança instaladas no local. As gravações mostram movimentações suspeitas, como a entrada e saída frequente de pessoas ligadas à campanha de Roberto Filho, distribuição de dinheiro em espécie, além de reuniões com militantes e coordenadores eleitorais.

Imagens do circuito interno mostram entrada e saída frequente de pessoas ligadas à campanha de Roberto Filho, distribuição de dinheiro em espécie, além de reuniões com militantes e coordenadores eleitorais

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As imagens gravadas pelo DVR são consideradas provas essenciais, pois detalham a intensa movimentação no local, que funcionava, de acordo com depoimentos, como uma espécie de comitê eleitoral disfarçado. Entre os vídeos analisados, há registros de reuniões com Roberto Filho, distribuições de material de campanha e transferências de valores que indicam a prática de crimes eleitorais. Depoimentos colhidos de testemunhas e militantes também reforçam a tese de que Márcia Rúbia coordenava atividades eleitorais ilícitas a partir desse endereço.

Depoimentos contraditórios

O depoimento de Antonio Igor de Lavor Garcia, apontado como coordenador da campanha no bairro Santo Antônio, revelou inconsistências. Igor afirmou não conhecer Márcia Rúbia ou Thiago Fumaça, alegando que foi indicado ao cargo por Duda, candidato a vereador, e que sua única função era distribuir materiais de campanha. Já Ariane Santiago da Conceição, outra coordenadora, disse conhecer Thiago Fumaça por ser morador do bairro, mas negou qualquer envolvimento dele na campanha. Ela foi indicada por Igor, mas não soube dar detalhes sobre as operações no local.

Trechos da investigação da Polícia Civil de Iguatu que mostram quem frequentava e o que supostamente faziam

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Outros militantes relataram que receberam pagamento diretamente de Márcia Rúbia pela atuação na campanha, mas afirmaram que os valores da segunda quinzena não foram pagos após a prisão dela. Thiago Gomes do Nascimento e Weverton Pereira de Souza confirmaram que aguardavam repasses de pagamento que não foram realizados após o mandado de prisão contra a advogada.

Outros militantes relataram que receberam pagamento diretamente de Márcia Rúbia pela atuação na campanha, mas afirmaram que os valores da segunda quinzena não foram pagos após a prisão dela. Thiago Gomes do Nascimento e Weverton Pereira de Souza confirmaram que aguardavam repasses de pagamento que não foram realizados após o mandado de prisão contra a advogada.

Ligações com o crime organizado

O nome de Thiago Fumaça já era conhecido pelas autoridades locais, sendo ele apontado como líder de um grupo criminoso com envolvimento no tráfico de drogas e armas na região. A aliança de Márcia Rúbia com ele levanta suspeitas sobre o uso de dinheiro proveniente de atividades ilícitas para financiar a campanha de Roberto Filho. As investigações indicam que o valor de R$ 10.000,00, repassado por meio de PIX, foi intermediado por Francisco Paulo Couras Filho e Cleidiano Gomes da Silva, ambos também investigados por associações criminosas.

A presença de Thiago Fumaça nas atividades eleitorais, como apontam as provas e depoimentos, revela uma estratégia coordenada para a obtenção de apoio político em áreas dominadas pelo crime, em troca de pagamento e outras vantagens.

Encaminhamento à Polícia Federal

Diante dos indícios robustos de crimes eleitorais e associação com o tráfico, a Polícia Civil de Iguatu decidiu encaminhar o inquérito e as provas obtidas à Polícia Federal para aprofundamento das investigações em âmbito eleitoral. O caso também será comunicado à Justiça Eleitoral e ao Ministério Público Eleitoral, que deverão analisar as evidências e decidir sobre as medidas a serem tomadas.

A prisão temporária de Márcia Rúbia Batista Teixeira e Thiago Oliveira Valentim deverá ser mantida, sob a justificativa de que ambos podem interferir nas investigações e ocultar provas relevantes. A Polícia Civil também requer a extensão da prisão para outros envolvidos no esquema, visando garantir a lisura das investigações e a responsabilização dos envolvidos.

O inquérito segue para a Polícia Federal para apuração de possíveis novos envolvidos.

RELATORIO 1 Polícia Civil

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Fonte: Maisfm

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