Uma mulher, identificada como Mayane Reis, foi morta a tiro durante a desocupação do terreno de uma fábrica têxtil desativada na Rua Dom Hélio Campos, no Bairro Carlito Pamplona, em Fortaleza, nas primeiras horas desta terça-feira (10). Em represália à morte da mulher, moradores realizaram protestos na região, resultando em ao menos dois ônibus apedrejados e bloqueios com barricadas em chama nas Avenidas Leste-Oeste e Francisco Sá.
Segundo familiares de Mayane, ela estava dormindo em um dos barracos montados no acampamento quando o local foi atacado por homens armados e encapuzados. Ela chegou a ser socorrida para a Unidade de Pronto Atendimento do Cristo Redentor, mas não resistiu ao ferimento.
“Ela era inocente, era mãe de família. Ela levou um tiro no peito, morreu e deixou uma filha. Eles tiraram a vida de uma inocente. Nós queremos justiça”, disse a parente da vítima.
Além de Mayane, uma criança, que não teve a idade informada, foi baleada na mesma ação. Não há informações sobre o estado de saúde dela. O g1 questionou a Secretaria da Segurança Pública sobre a morte da mulher durante a desocupação e aguarda retorno.
Homens detidos
De acordo com a Polícia Militar, cerca de cinco homens envolvidos na expulsão dos moradores foram detidos em um carro particular e encaminhados ao 34º Distrito Policial. Um vídeo gravado por testemunhas mostra o momento em que três homens encapuzados e com roupas pretas são detidos pelos militares.
Conforme um morador, que terá a identidade preservada, por volta de 2h homens encapuzados chegaram ao local se apresentando como policiais e obrigaram as pessoas a saírem da ocupação. Como os ocupantes reagiram, eles passaram a atirar.
“As pessoas resistiram, e eles começaram a atirar, atingindo uma mulher que estava dormindo em um dos barracos com a filha pequena. Acordei com os tiros. Depois que tudo aconteceu, a polícia só foi chegar em torno de 5 horas, quando a população começou a protestar na avenida”, disse o morador.
Protestos
De acordo com a Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza, dois ônibus coletivos foram atacados e tiveram os vidros quebrados com pedradas e pedaços de madeira.
Segundo informações de testemunhas, o ônibus da linha 092 Antônio Bezerra/Praia de Iracema/Papicu trafegava pela Avenida Leste-Oeste quando foi abordado por dezenas de homens. Os criminosos jogaram pedras e alguns passageiros sofreram ferimentos leves. O motorista desviou o caminho por alguns metros e estacionou o veículo na Avenida Filomeno Gomes.
Já o outro ataque, ocorreu na Avenida Francisco Sá, em um coletivo da linha 114 Conjunto Nova Assunção/Francisco Sá. O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus) informou que, em ambos os casos, a polícia foi acionada de imediato e os coletivos tiveram suas rotas temporariamente desviadas, mas já operam normalmente.
Durante os protestos, foram instaladas barricadas em chamas nas avenidas da região. Uma estação de bicicletas compartilhadas foi destruída. O Corpo de Bombeiros foi acionado e apagou os focos de incêndio que estavam espalhados em vários pontos do Grande Pirambu.
Fonte: A voz de Santa Quitéria
Fonte: A voz de Santa Quitéria
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