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O Ceará registrou uma redução de 8% no número de roubo e furto de celular durante os meses de abril a junho deste ano, período inicial das operações do programa “Meu Celular”, implantado em abril passado. Nesse período, foram registradas 5,2 mil ocorrências, enquanto no mesmo período no ano passado foram 5,7 mil.

Os dados foram divulgados durante entrega de um novo lote de aparelhos recuperados e devolvidos aos proprietários pelo governador Elmano de Freitas (PT), e o secretário de Segurança Pública, Roberto Sá, na manhã desta segunda-feira, 12, na sede da pela Polícia Civil do Ceará (PC-CE), no Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp), em Fortaleza.

O cenário das ocorrências desse tipo de crime também mostra uma redução de 5% no primeiro semestre deste ano em comparação aos seis primeiros meses no ano passado. Foram 11,2 mil ocorrências em 2023 e 10,5 mil neste ano.

Durante a entrega dos aparelhos na sede da PC-CE foi divulgado o balanço de 2.700 aparelhos recuperados e devolvidos aos proprietários em quatro meses do programa. O cenário mostra uma média de 22 celulares recuperados por dia.

Ao longo da manhã, 500 celulares recuperados foram entregues à proprietários dos aparelhos na sede da Polícia Civil. O ciclo de devoluções deve percorrer ainda ao longo da semana no local.

O governador do Estado, Elmano de Freitas, fez um alerta para a revenda de celulares “muito baratos” e ressaltou que a desconfiança da população nesse cenário após a implantação do programa. “Começamos a perceber um desestímulo daqueles que praticam esse crime na medida em que eles não conseguem fazer revenda porque as pessoas estão desconfiadas que pode ser resultado de furto ou de roubo”, comenta.

A estudante de Psicologia Thaiane Grazielle, 18, conta que teve o aparelho roubado dentro de um transporte coletivo em dezembro do ano passado, em Fortaleza, e não tinha esperança de recuperá-lo.

“Foi pela manhã quando eu estava indo para a faculdade. Um homem subiu no ônibus, que estava vago, e ele estava com uma faca e uma pistola. Ele abordou o motorista e começou a pedir os celulares e depois desceu. Eu não tinha esperança de ter de volta, mas sábado eu recebi uma notificação para vir pegar ele. Depois de oito meses, tô com ele de volta”, conta.

A enfermeira Alzira Bezerra, 64, teve o celular furtado dentro de uma farmácia, em julho de 2023. A profissional conta que tinha adquirido o bem material há cerca de seis meses e relembra o momento em que teve o aparelho roubado.

“Um assaltante colocou uma arma na minha cabeça e pediu apenas o celular. Fiz um BO [Boletim de Ocorrência]. Fiquei desacreditava que eu receberia meu celular de novo. A sensação foi boa de poder recuperar”, disse a enfermeira.

O programa Meu Celular foi implantado no Ceará em abril deste ano e tem como objetivo a recuperação e devolução de celulares roubados, furtados ou perdidos, além de outras frentes de operações. A ferramenta foi desenvolvida pela Secretaria da Segurança Pública do Ceará (SSPDS) e possui uma plataforma para cadastro para identificar os proprietários de aparelhos.

O sistema utiliza informações fornecidas pelos proprietários em Boletins de Ocorrência (BOs) cruzando dados fornecidos pelas as operadoras telefônicas, onde os agentes de segurança conseguem identificar os aparelhos subtraídos em abordagens policiais.

As mensagens de intimação, tanto para a vítima quanto para quem deve devolver o aparelho, são enviadas pelo WhatsApp. A devolução só deve acontecer na sede da Delegacia Geral da Polícia Civil, localizada na rua do Rosário, número 199, no Centro. No Interior, os celulares recuperados estão sendo entregues nas delegacias. A medida é tomada para evitar golpes.

Além de localizar e devolver os aparelhos, outro objetivo das forças de segurança é investigar a cadeia de receptação dos aparelhos no Estado, desde o roubo até a venda do celular. O titular da SSPDS, Roberto Sá, afirma que há um combate à rede de receptação desses tipos de aparelhos.

“Há a possibilidade de existir uma rede que alimenta um comércio clandestino de equipamentos que são frutos de roubo ou furto. Há investigações e já houve operações. A gente procura reunir um número de informações maior possível para quando houver uma operação acontecer de uma forma bem-sucedida”, disse.

Maioria dos celulares estavam com pessoas que não sabiam a origem dos aparelhos

O delegado-geral da Polícia Civil, Márcio Gutiérrez, disse que os aparelhos recuperados, em sua maioria, eram de pessoas que não sabiam a procedência do celular quando adquiriam.

“Elas compraram sem saber que aquele aparelho era [aparelho] de algum tipo de roubo, furto ou perda. Mas, o que a gente percebe são falhas na aquisição, pessoas compram e não tomam as cautelas para saber a procedência do aparelho”, informa Gutiérrez.

Segundo Elmano, é necessário desconfiar sobre a origem do aparelho em casos de revenda e, em casos da compra desses aparelhos nesse cenário de aquisição barata, há possibilidade de vir a ser alvo das operações da Polícia Civil através do programa. “Vai chegar até você e lhe obrigar a devolver [aparelho] porque esse celular é resultado de furto e de roubo”, alerta.

Fonte: O povo online

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