Ceará investiga morte de feto por suspeita de febre Oropouche

A Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa) informou que investiga a morte de um feto, possivelmente causada pela febre Oropouche. O caso foi registrado no município de Capistrano, localizado no Maciço de Baturité, região onde estão concentrados todos os casos da doença registrados até agora no Ceará.

De acordo com informações da Sesa, a gestante que perdeu o filho é uma mulher de 40 anos. Ela estava com 34 semanas de gestação e reside em Capistrano, cidade com 12 casos de febre Oropouche confirmados.

“A gestante teve a doença, confirmada laboratorialmente. Simultaneamente, ainda no tempo da doença, ela teve essa perda fetal”, explicou ao g1 o secretário-executivo de Vigilância Sanitária do Ceará, Antônio Lima Silva Neto, o Tanta.

A suspeita é que tenha ocorrido a chamada transmissão vertical, quando o vírus é transmitido da mãe para o bebê.

Segundo Tanta, foi feita uma necrópsia no feto e recolhidas amostras, que foram analisadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (Lacen). Após a análise do Lacen, as amostras foram enviadas para a Fiocruz, no Rio de Janeiro. O resultado dos exames deve ser divulgado até esta terça-feira (13).

No início de agosto, o Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso de óbito fetal causado por transmissão vertical da febre Oropouche. O caso foi registrado em Pernambuco, em uma gestante com 30 semanas de gravidez. Se confirmado o caso do Ceará, está será o segundo do país.

Em julho, o Brasil também confirmou as mortes de duas mulheres da Bahia pela febre Oropouche. Até então, segundo o ministério, “não havia relato na literatura científica mundial” de ocorrência de óbitos por causa dessa doença.

Os sintomas mais comuns da febre Oropouche são febre, dor de cabeça muito intensa (bem parecida com a dengue) e dores musculares, chamadas de mialgias.

Ainda não há tratamento específico disponível para disponível. A detecção da febre Oropouche é feita por um teste que utiliza biologia molecular e busca o material genético do vírus.

A Secretaria da Saúde recomenda que a população procure uma unidade de saúde assim que sintomas aparecerem, e assim realizar os exames que possibilitem a detecção do vírus.

Maciço do Baturité concentra casos da doença no Ceará
Até a semana passada, Ceará havia confirmado, ao todo, 122 casos de febre Oropouche em seis municípios do estado, todos no Maciço do Baturité. Entre os 122 infectados, estavam 3 gestantes.

➡ Veja a lista:

Aratuba (32)
Pacoti (29)
Mulungu (26)
Capistrano (12)
Redenção (20)
Palmácia (03)
A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) disse que a quantidade de casos é um evento ‘atípico’, já que a doença não é considerada endêmica no estado.

Casos confirmados segundo município de residência. — Foto: Divulgação/SESA

O primeiro caso da doença no estado foi confirmado pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) no dia 21 de junho de 2024: um paciente de 53 anos, sexo masculino, residente na zona rural do município de Pacoti.

“Essa doença é transmitida por um novo vetor, um novo mosquito, que é conhecido em alguns lugares como maruim ou como mosquito-pólvora. É da espécie Colicoides paraense. É um mosquito menor e que está muito presente naquela região. Está muito associado com regiões de plantação, criações de animais. É um mosquito que os focos, normalmente, estão fora de casa. É um pouco diferente do caso do mosquito da dengue. É um mosquito que tem um habitat mais silvestre, mais de área de mata mesmo”, explica Antonio Silva Lima Neto, secretário-executivo de Vigilância em Saúde da Sesa.
Ainda de acordo com o boletim epidemiológico da febre do Oropouche divulgado pela Secretaria da Saúde, dos 122 casos confirmados, 56,5% (69) são do sexo masculino e as idades estão entre 14 a 79 anos. A maioria dos casos confirmados reside ou frequenta a zona rural de seus municípios.

Antonio Lima Neto aponta que a confirmação o caso de óbito fetal deve alterar as práticas de prevenção – isso porque, diferente do mosquito da dengue, que os focos do inseto estão em casa, no caso da febre Oropouche os focos do inseto estão nas matas.

Portanto, nesta situação, a prevenção deve ‘individual’, sobretudo no caso das gestantes. Entre as recomendações estão:

  • Usar de roupas com mangas compridas que protejam braços e pernas;
  • Evitar zonas de mata no início da manhã ou no fim da tarde, períodos nos quais os mosquitos costumam estar mais ativos;
  • Usar repelente

Fonte: G1

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