Cearense de 10 anos ganha medalha de ouro em Olimpíada de Matemática em Nova York; conheça a história do estudante

O cearense Marcos Terto, de 10 anos, ganhou medalha de ouro na Copernicus – Mathematics Global Final, uma olimpíada de matemática que teve fase classificatória no Brasil e uma edição global em Nova York, nos Estados Unidos.

Marcos foi o único cearense em sua categoria a representar o Brasil no campeonato e agora volta orgulhoso para o Ceará.

“A ansiedade tomou conta. Chamaram os medalhistas de Bronze e Prata, mas meu nome não foi mencionado. Meu coração apertou e os olhos se encheram de lágrimas, inquieto pela incerteza de ganhar uma medalha. Quando começaram a chamar os vencedores do ouro, a expectativa aumentou. Finalmente veio a medalha de ouro”, escreveu nas redes sociais.

Apaixonado por números, o garoto tem a matemática como uma “melhor amiga”. Marcos tem um diagnóstico de superdotação.

“Desde cedo meu pai vem adiantando conteúdos que vou estudar lá na frente. Comecei a gostar e criei o hábito”, contou Marcos ao g1.

A dedicação aos estudos teve apoio da família, especialmente do pai. Leandro Terto conta que ele e a esposa perceberam rapidamente a facilidade com que o filho aprendia atividades da escola e do dia a dia. Ele ainda brinca: “O Marcos já leu mais livros do que eu minha vida toda”.

De acordo com o pai, o garoto sempre teve proximidade com números e entrou cedo nas competições. Hoje Marcos cursa o 5° ano do Ensino Fundamental, mas já estuda conteúdos avançados.

“A descoberta tem a ver com o rendimento dele na escola. Quando ele estava no segundo ano, a professora chamou a gente para uma reunião e disse que ele estava conversando em sala de aula. Fomos tentar entender e ele disse que conversava porque o que a professora ensinava, ele já sabia”, explicou Leandro.
O que fez a família virar a chave em relação a Marcos foi o acompanhamento psicológico que o menino passou a ter no final de 2022.

“A psicóloga disse que o vocabulário dele e a nota que ele tinha dos desafios que ela colocava de raciocínio lógico eram coisas diferentes”, disse o pai.

Por orientação da profissional, Marcos passou por um teste de QI, onde obteve 145. Estava constatado: o garoto tem altas habilidades.

“Eu disse para ela que aquilo não dizia muita coisa sobre como devo tratar meu filho. E ela disse: trate ele normal, dê para eles os anseios, perguntas, questionamentos. Começamos a investir em atividades fora do ensino regular”.
Hoje, a rotina de Marcos é preenchida com a escola e estudos extras, futebol, tempo com a família e ping pong – atividade que ele gosta bastante. Os pais da criança entendem que apesar das altas habilidades, o garoto precisa de tempo para brincar e se divertir.

Além de matemática, ele tem gosto por estudar Geografia, Ciências e Português. Já tem pouca proximidade com História e Redação. A preparação para a Olimpíada em Nova York pediu treino e dedicação:

“Meu pai traz provas antigas e estou pedindo para professores elaborarem questões para eu fazer. Fora do Brasil é minha primeira Olimpíada, mas aqui já fiz várias e conquistei várias medalhas. É tranquilo”, contou o menino antes da competição global.
A família não contabilizou quantas medalhas ele ganhou, mas dentre elas estão: Olimpíada brasileira de robótica (OBR), Olimpíada Brasileira de Astronáutica (OBA), Olimpíada Brasileira de Informática (OBI), Torneio Nacional de Matemática e mais.

De acordo com cartilha do Ministério da Educação, “o superdotado tem recursos intelectuais suficientes para desenvolver por conta própria o seu potencial superior (…) Se caracteriza por um excelente rendimento acadêmico”, resume o MEC.

A neuropsicopedagoga Monikely Feitosa explica que a condição “é um jeito diferente de ser inteligente”.

“Essa inteligência se difere por ser muito fora da média. Para ser uma pessoa superdotada ou com altas habilidades, precisa ter um agrupamento de habilidades em certos aspectos ou áreas de conhecimento”, disse.
Conforme o Censo Escolar de 2020, há pelo menos 24 mil estudantes com o perfil no Brasil. Segundo a neuropsicopedagoga, as altas habilidades ou superdotação não se restringem apenas a habilidades cognitivas, como em áreas acadêmicas. Artes e motricidade (capacidade de executar movimentos de precisão), por exemplo, também devem ser levadas em conta.

O que é preciso entender é que a capacidade de criatividade é o que diz se uma pessoa é superdotada ou não.

“Ela sente a necessidade de transformar. Outro fator é a capacidade de se comprometer com a tarefa”, apontou a especialista.

FONTE: G1

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